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O tempo passa
E em tempos difíceis
Você cresce, vira rapaz...
O isolamento do mundo
Me aproxima de ti
Me faz crescer como teu pai
E, se isso é possível,
A cada dia, te amar
Mais e mais...
Sem fim,
Mais que a mim,
Você é meu mundo
Sem ti, minha vida se esvai.

E ver-te esticar,
Deixar a criança em terna memória
Vencer desafios,
Fazer história,
Um homenzinho se tornar
Enchem-me de orgulho!
Vejo-te lutando contra desconfortos...
Teu esforço para cortar as unhas
Sempre me pedes para te ajudar
Seguro teu coração acelerado
Teu suor escorre na parede
Ao fim, aliviado,
Satisfeito com resultado,
Toma o teu picolé.


Com tua personalidade forte
Não gostas de reprimendas
Franzes a testa ao ser confrontado,
Magoa-te ser contestado...
Adquiriu jeito e cheiro de homem
Hormônios a flor da pele
Um turbilhão deve passar em tua cabeça
Tu lutas
Contra o nó que não te permite falar,
Dói-nos nossas mãos atadas,
Ficar ao teu lado é como podemos te ajudar....

Na escola, em casa,
Avanças...
Mostra muita aptidão
Tua letra melhora a cada dia
Quando escreves a lição,
Quando escreves um cartão,
Quando buscas os vídeos que gostas nos aparelhos...
Assistir já não te basta
E, então, você produz
Filma-se em gargalhadas com voz grave
És uma estrela, enches a casa de luz

Lês com cândida voz,
Na tela aparece do outro lado da linha
Quem sempre estava teu lado
Vemos saudade tua e de todos
Um novo modo de interagir
Descobres...
O aparelho é janela
Para o mundo
Pela tela tem também a catequese
Em que bates teu recorde
De concentração

Mas os momentos de fúria
Ainda vem te perturbar
Diante dos estímulos,
Sem saber com eles lidar
Às vezes, sem sabermos por que,
Continua a se desorganizar,
Esbraveja com jeito de homem bravo
Bate forte as mãos e um grito forte sai
Rasga a pele de teu pai...
Contagem regressiva para se acalmar,
Respira fundo, usa os pulmões,
“Todo mundo se acalmando,
Todo mundo pedindo desculpas”
Dizes, enfim,

Filho, não há o que perdoar.

Já não são raros
Longos momentos de calmaria...
O tempo só ajuda, disse um dia
Nilton Salvador...
Não raro, choras de rir,
Sem reclamar de dor...
Dás teu sorriso doce
Tua gargalhada gostosa
É bom ver-te sorrir
E crescer na fé,
De Deus, vê-se que tu és...
Espontaneamente oras,
Ao fim do Pai-nosso:
“Muito obrigado Jesus,
Nós te amamos muito”

Muito mesmo filho...

Ele nos deu você
Para ensinar-nos
O que é o amor.
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