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Montanha-russa - poema

event_note03/04/2017 18:29h
Uma serenidade
Invade
Por instantes
O lar
Que há pouco estava
De pernas
Para o ar.

Um olhar que encontra o nosso
E foge.
Um sorriso maroto brota
Como se nada tivesse acontecido
Minutos atrás.

A pele rasgada
A ardência ainda latente
Confunde qualquer gente
Que por ventura chegue
E veja
Nosso olhar perdido
Sem saber o que fazer.

Passado o vendaval
Podemos ouvir os pássaros
Lá fora,
Fazendo carnaval.

Mas há pouco
Um som monotônico
Enlouquecia
Até quem não ouve
Pois acompanhava o som
A imagem
De olhos crispados,
E dentes cerrados.

Agora, assim, tão calmo
Talvez
Não saiba porque
Há pouco
Mordia com tanta força.

E nós,
Ao levantarmos os olhos
Buscamos ar,
Pois será preciso
Segurar o fôlego.

Sabemos que a paz
Do momento
É a subida lenta
Para o topo
De uma montanha-russa.

Vertiginosamente
Perdemos a paz.
Uma fúria
Toma de assalto a singeleza do rosto do menino
Que nos pergunta o que está acontecendo.
Impotentes,
Suspeitamos de algum bichinho
Pulando na cama.

Malabarismos,
Palavras curtas,
Contensões,
Ansiamos pela subida, lenta
Cientes de que é impossível
Prevenir a próxima queda
Vertiginosa.

Vertigens povoam o dia a dia,
Mais dia, menos dia
Se adia
Mas não se evita
A carne rasgada.

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