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O raiar de uma consciência - poema

event_note22/04/2016 13:14h
Raia
A liberdade
Que aprisiona.
Finda o tronco,
Nasce a segregação.
É preciso lutar, sofrer,
Morrer.
E tantos morreram a gritar,
Com rosto escuro a arder em brasa face
A injustiça.
Por quê?
Já há tanto nascemos aqui e somos filhos da mãe gentil.
Já há tanto nossos braços somam-se a força do gigante
No lavoro,
Na luta,
Na guerra,
Na glória,
Na arte,
Na dor,
No amor,
E o sangue nosso se mistura ao barro com que
Se constrói os castelos,
E nossos filhos são os filhos e guerreiros de Atenas,
E o sangue do Brasil sempre foi vermelho apenas.
Mas derrama-se mais sangue de certos vasos,
Comove-se menos com certas desgraças,
Silenciam mais sobre certos crimes, que, por vezes,
Julgam até não ser crime!
Vergonha!
Mas depois de tantas noites,
Açoites,
Lutas desiguais e injustas,
Temos ao menos um dia, em uma ilha, para
Tomarmos consciência do óbvio ululante,
Que certos cegos dos castelos teimam em negar,
E rebaixam-se agindo sem humanidade.
Temos a chance de produzir uma chama que faça raiar
A consciência de que
Nascemos do mesmo barro,
Temos a mesma Yabá,
E queremos compartilhar o amor e felicidade que a vida pode Dar
A todos.

__________________
Volta Redonda, 20 de Novembro de 2015
Dia Nacional da Consciências Negra
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